Quem tem diabetes corre maior risco de perder a audição

É por isso que os exames audiológicos deveriam fazer parte do check-up anual, especialmente se você precisa controlar e monitorar seus níveis de glicose no sangue.

Em artigo publicado na Diabetes Forecast, uma revista norte-americana sobre vida saudável, o depoimento de uma especialista chama a atenção.  Segundo Jackie Clark, a presidente da Academia Americana de Audiologia e professora na Escola de Ciências do Cérebro e Comportamento da Universidade do Texas, em Dallas (EUA), “qualquer pessoa com diabetes deve ter sua audição monitorada anualmente”.

A orientação se deve especialmente às estatísticas que ela reforça: portadores do tipo 2 da doença são duas vezes mais propensos a ter perda auditiva em comparação com pessoas sem esse diagnóstico. Já os pacientes com pré-diabetes, se comparados ao mesmo grupo saudável, podem apresentar uma taxa de perda auditiva 30% maior.

A relação entre o desequilíbrio nos níveis de glicemia e o aumento do risco de problemas auditivos realmente existe – e, apesar de as comprovações científicas focarem mais a diabetes tipo 2, pode afetar todas as pessoas que de alguma forma precisam equilibrar os níveis de açúcar no sangue. Isso porque, acredita-se, as oscilações de glicose poderiam causar danos aos vasos sanguíneos do ouvido interno e impedir a irrigação da cóclea – o pequeno órgão responsável pela audição.

Só esse quadro já seria capaz de afetar a capacidade auditiva, mas o problema piora se houver outros fatores associados, como idade avançada (acima de 65 anos), presença de doença cardíaca, hábito de fumar, histórico médico de consumo excessivo de medicamentos ototóxicos (aqueles com efeitos colaterais sobre a audição), exposição diária a ruídos altos (mais de 85 decibels) ou predisposição genética à perda auditiva, por exemplo.

É por isso que especialistas de todo o mundo, e mais recentemente a presidente da Academia Americana de Audiologia, têm procurado recomendar entre os cuidados preventivos com a saúde geral também os exames audiológicos e as consultas a otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos.

Mudar os hábitos e controlar doenças crônicas, portanto, também podem ser consideradas atitudes importantes para a prevenção da perda auditiva.

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