Privações do som deixam as pessoas mais desatentas

“É possível constatar uma perda de audição através da audiometria”, explica em entrevista exclusiva ao Diário de Notícias Marília

Você está com dificuldades de compreender a notícia do telejornal? Quase não consegue ouvir uma conversa em tom mais baixo? Fica perdido quando muitas pessoas falam ao mesmo tempo numa festa ou reunião de amigos? Se estas situações estão mais frequentes em sua vida, é possível, então, que esteja passando por problemas auditivos. “Muitas vezes são os familiares e amigos que acabam percebendo primeiro, uma vez que o indivíduo passa a pedir para repetir ou falar mais alto”, explicou a fonoaudióloga Luciana Gandra da Rocha, da clínica Ama.

Nesta entrevista exclusiva concedida à reportagem do Diário de Notícias Marília, Luciana Gandra da Rocha, aborda as etapas da perda auditiva e os fatores que estão relacionados a este problema de saúde. Explica que existem causas hereditárias – fruto da herança genética, entre outras – e causas adquiridas, como a exposição a sons altos ou infecções.

“É possível constatar uma perda de audição através da audiometria e da impedanciometria, que são exames realizados por fonoaudiólogas e otorrinolaringologistas, e revelam tanto o grau quanto o tipo de perda do paciente”, considerou. Em outro trecho da entrevista, Luciana Gandra da Rocha pondera que privações de som deixam as pessoas mais desatentas.
“Caso perceba dificuldade para ouvir conversa ou alguns sons do dia a dia consulte um médico otorrinolaringologista e faça um exame audiológico”, orientou. A clínica Ama Marília fica na rua Alvarenga Peixoto, nº 90, fones (14) 3367-2022 e (14) 3367-2023.

Leia a seguir a entrevista na íntegra:

Diário de Notícias Marília – O que leva uma pessoa a perder a audição?

Dra Luciana Gandra da Rocha – A perda auditiva pode estar relacionada a fatores congênitos e hereditários ou adquiridos. Dentre as causas congênitas ou hereditárias, podemos destacar a herança genética, as malformações e as doenças contraídas durante a gestação, que interferem no desenvolvimento do sistema auditivo.

Dentre as causas adquiridas, a perda auditiva pode ser resultado do envelhecimento (presbiacusia), exposição a sons altos, infecções, uso de certos medicamentos e alteração em algumas estruturas internas do ouvido.

Há diferentes tipos e graus de perda auditiva e é possível constatar uma perda de audição através da audiometria e da impedanciometria, que são exames realizados por fonoaudiólogas e otorrinolaringologistas, e revelam tanto o grau quanto o tipo de perda do paciente.

Diário de Notícias Marília – Quando a pessoa consegue identificar que vem sofrendo de perda auditiva?

Dra Luciana Gandra da Rocha – Muitas vezes são os familiares e amigos que acabam percebendo primeiro, uma vez que o indivíduo passa a pedir para repetir ou falar mais alto. Ou ainda aumentar o volume de rádio ou TV. Muitos são os sinais e sintomas da perda auditiva, como por exemplo: dificuldade em entender a fala baixa e sussurrada, aumento do controle de volume da televisão e rádio, dificuldade para compreensão da fala em festas, reuniões, restaurantes, ambientes abertos, solicitar repetição do que foi falado, perder partes da conversa, trocar palavras durante diálogo, dificuldade para ouvir no telefone, dificuldade em ouvir sons baixos e zumbido, que pode estar associado ou não a perda auditiva.

Diário de Notícias Marília – Quais as implicações para quem não procura tratamento quando a perda auditiva vem se agravando?

Dra Luciana Gandra da Rocha – Quanto maior o tempo de privação auditiva maior a dificuldade para entendimento das palavras que são ditas. Muitos pacientes relatam que ‘ouvem, mas não entendem’ o que é dito. Atualmente existem diversos estudos que correlacionam a perda auditiva às demências e declínio cognitivo, uma vez que a privação dos sons deixam os indivíduos mais desatentos e também acabam se isolando socialmente.

Diário de Notícias Marília – As perdas auditivas, quando não tratadas, podem evoluir para outros problemas de saúde?

Dra Luciana Gandra da Rocha – Sim, demências, declínio cognitivo e até depressão. Muitos estudos também relatam que a perda auditiva aumenta o risco de quedas em idosos.

Diário de Notícias Marília – De que forma os aparelhos auditivos contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes?

Dra Luciana Gandra da Rocha – Os aparelhos auditivos ajudam na estimulação auditiva, trazendo o indivíduo de volta ao convívio social, tornando-o mais atento e participativo. Permitem que os pacientes tenham maior segurança ao conversar e também nas suas atividades de vida diária. Caso perceba dificuldade para ouvir conversa ou alguns sons do dia a dia consulte um médico otorrinolaringologista e faça um exame audiológico.

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