Apneia do sono e deficiência auditiva

Estudo é o primeiro a apontar uma relação direta entre os dois problemas

Não é bem uma novidade para os profissionais da saúde que as paradas respiratórias durante o sono podem estar associadas de alguma forma ao desenvolvimento de vários problemas, como hipertensão, doenças do coração, diabetes e deficiências que afetam a audição.

Estudo recente sobre o assunto, porém, feito com base populacional, é o primeiro a apresentar uma relação direta entre a apneia do sono e um maior risco de perda auditiva. Os resultados publicados no Journal of Clinical Sleep Medicine, em 2016, levaram em conta um levantamento sobre a saúde da comunidade hispânica e latina nos Estados Unidos e envolveu quase 14 mil adultos, com idades entre 18 e 74 anos.

Os pesquisadores realizaram exames clínicos de audiometria (para avaliar a audição) e testes domiciliares para checar as paradas respiratórias importantes – de 15 ou mais eventos por hora – que acontecem durante o sono.

Resultado: a apneia do sono foi associada, independentemente de ronco ou de qualquer outro fator, a um aumento do risco para o surgimento de deficiências auditivas: de 31% nos casos das deficiências auditivas nas faixas de frequências altas (sons agudos), de 90% nas faixas de frequências baixas (sons graves) e de 38% nos casos de perdas auditivas nas faixas de frequências baixas e altas.

De acordo com os autores, entre as possíveis razões para essa relação direta entre um problema e outro seriam as constantes interrupções do fluxo de sangue na cóclea.

Assim como em outros estudos, também foi observada uma prevalência de apneia do sono entre os roncadores. Diferentemente de outras análises, por outro lado, o ronco não alterou significativamente a associação entre a ocorrência de parada respiratória e a presença de deficiências auditivas.

Já sobre um possível impacto positivo do tratamento da apneia sobre a redução das perdas na audição, os próprios autores reforçam a necessidade de outras pesquisas para avaliar esse efeito. Até porque, entre os pacientes do grupo estudados, foram raros os que reportaram estar sendo tratados.

Referências : https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26951413

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