Quando se fala em sala de aula, é comum pensarmos num ambiente saudável, que estimula o aprendizado e a formação das crianças. Porém, pouco se fala sobre os danos que os ruídos produzido nas aulas podem trazer à saúde auditiva do seu filho.
Nas escolas, quando falta organização, as aulas tendem a ser um ambiente não muito saudável para audição – principalmente para as crianças que ainda estão em formação -, com alunos falando alto, discutindo e, dependendo do grau escolar em que estão, disputando os brinquedos. As suas vozes competem com a dos professores que, sozinho, deve se esforçar para projetar a voz a ponto de sobrepor as de seus alunos. Junte esses elementos sonoros e você terá um ambiente repleto de ruídos perigosos para a saúde auditiva das crianças.
Ruído em sala de aula incomoda 70% dos alunos.
Uma pesquisa realizada pela Unicamp, entre 2010 e 2012, com 700 crianças e adolescentes, identificou que 70% dos alunos se incomodam com o barulho que é provocado pelos próprios colegas de classe.
Keila Knobel, a fonoaudióloga responsável pelo estudo, demonstrou surpresa, pois, até o momento, acreditava-se que apenas os professores tinham essa percepção, quando os próprios alunos já começaram a notar as dificuldades.
Cerca de 60% dos alunos relataram que o som nas escolas atrapalhava durante os exercícios em sala, o que impactou diretamente no seu rendimento escolar por obstruir a concentração e a atenção no conteúdo ensinado.
Outros 10,3% comentaram que não conseguiam entender a professora, enquanto 6,2% disseram sofrer dores de cabeça.
Outros 6,5% falaram sobre dores de ouvido. Apesar de ser uma das menores porcentagens, é um número que não pode ser ignorado. As dores de ouvido em crianças devem ser observadas de perto por um especialista para prevenir problemas futuros.
As crianças são estimuladas a gerar ruído:
De acordo com a pesquisadora, as crianças são, desde muito pequenas, ensinadas a escutar e a reproduzir barulhos muito intensos.
“Elas vão ao circo e o palhaço diz que quem gritar mais alto ganha pirulito, ou os pais as estimulam a dançar com músicas muito altas, isso influência nos hábitos sonoros”, diz.
Compreender o ambiente escolar o qual seu filho está inserido é fundamental para prevenir os problemas identificados na pesquisa da Unicamp.